A viola de Braga, também conhecida por braguesa, existe oficialmente desde o Séc.XVII. No entanto, acredita-se que umas dezenas de anos antes já se ouvissem pelas festas e romarias minhotas violas braguesas a animar as hostes. Tocando chulas e viras, as braguesas eram também utilizadas para dar música aos cantares ao desafio, tão tradicionais da nossa região.
Nestes tempos era comum que as gentes se juntassem nas eiras, em grandes grupos, para cantar e dançar num ato de comunidade. Estes grupos de pessoas dividiam-se em dois tipos, os que tocavam e os que dançavam, sendo muito provável que a viola braguesa fosse figura central de um conjunto de instrumentos que contaria ainda com bombos, gaitas galegas, cavaquinhos e concertinas.
Por ser tocada apenas em manifestações musicais de natureza popular, a braguesa foi caindo em desuso e esquecimento. Porém, na década de oitenta o músico Júlio Pereira editou um disco intitulado “Viola Braguesa”, que tendo sido premiado e granjeado com grandes elogios, resgatou a braguesa para o panorama da música nacional despertando e renovando o interesse dos músicos e público em geral pelo cordofone bracarense.
Nos últimos anos a viola braguesa tem gozado de uma popularidade nunca antes vista. É tocada por vários artistas e bandas nacionais, Diabo Na Cruz, B Fachada, Brigada Victor Jara, para citar alguns; estudada por alunos em conservatórios e escolas de música e tornou-se num produto certificado no universo dos cordofones e dos instrumentos de corda.
Com esta passagem da música popular para uma música mais pop ou rock, a viola braguesa tornou-se num instrumento de referência nacional e internacional, conhecida por emitir uma sonoridade única, dentro do panorama da família das “guitarras” espanholas e europeias, a que pertence.
Em Braga, pode-se descobrir a viola no Museu dos Cordofones em Tebosa. Criado pelo mestre artesão Domingos Machado, em 1995, este museu alberga uma extensa coleção de cordofones produzidos pelo próprio de forma artesanal. A viola braguesa é figura de destaque na coleção e, ao visitar-se o museu, pode-se aprender um pouco sobre a produção e a preservação destes instrumentos ao longo dos tempos no universo musical contemporâneo. É uma visita a não perder para qualquer curioso de instrumentos de cordas.
Tendo-se tornado num dos símbolos maiores da cidade de Braga, a viola braguesa constitui um património inegável da cidade e cultura minhota; sendo motivo de orgulho maior para os habitantes. Seja a animar festas populares, cantares ao desafio ou concertos rock; a viola braguesa está aí para durar e continuar a fazer parte do imaginário dos bracarenses, do Minho e do Mundo.
Fotografias captadas na loja Som da Sé, localizada junto à Sé Catedral, em Braga.
Museu dos Cordofones Domingos Machado
Av. António Gomes Pereira, 13
4705-630
Tebosa-Braga
253 673 855
https://www.facebook.com/museudecordofonesdomingosmachado
olá henrique o site ta muito bom mas a uma coisa má é que não tem o nome das manivestações