Roteiro do Barroco em Braga

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Lembra-se das aulas de História? Daquela parte em que a professora dizia que o Estilo Barroco é marcado pela extravagância, exuberância e excesso de ornamentos?

Talvez não! As exposições intermináveis de dados, factos e datas não são a coisa mais interessante do mundo.

Contudo havia algo de especial no Barroco. Mais do que nos outros estilos. E a razão é simples: Braga é o expoente máximo do estilo em Portugal. E saber isso sempre foi fascinante.

De seguida, pode encontrar um roteiro de 11 dos locais mais emblemáticos que tornam Braga, a cidade do Barroco. Vamos a isso?

 

1 – Sé de Braga

O interior da Sé de Braga, com destaque para os seus tectos trabalhados e as talhas douradas, típicas do Barroco

Embora o estilo arquitetónico inicial não seja o Barroco, a Sé de Braga sofreu influências enormes desse estilo no séc. XVIII e, ainda hoje, sobretudo na entrada da Catedral, a talha dourada trabalhada e os dois enormes órgãos, denunciam a presença barroca.

 

2 – Igreja de Santa Cruz

A Igreja de Santa Cruz, em Braga

A igreja que deu origem à lenda dos galos, foi construída no séc. XVII, em estilo Barroco, muito notório na talha dourada presente no interior. Com o passar dos tempos, sofreu algumas remodelações e, em 1734, teve o seu interior todo demolido. Felizmente, a fachada resistiu aos sinais dos tempos e manteve-se intacta. Em 1739, a Igreja voltava a estar completa com a finalização das obras.

 

3- Bom Jesus

O escadório do Bom Jesus, ao final da tarde

O Bom Jesus, o santuário mais importante do país logo a seguir a Fátima, devia vir (se é que não vem) nos manuais de arquitectura e engenharia pela combinação perfeita entre a obra do Homem e a obra da Natureza. O Escadório do Pórtico, o Escadório dos 5 Sentidos ou o jardim junto ao Largo do Pelicano, denotam a influência barroca.

 

4 – Igreja dos Congregados

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Criada por André Soares no séc. XVI, a igreja dos Congregados conta com uma longa história. A sua construção durou vários séculos e só foi concluída na década de 60 do séc. XX. Em 1944, um avião chocou contra uma das torres, provocando ainda mais atraso na construção. No interior da igreja, os vários altares, bastante trabalhados e em talha dourada, confirmam o estilo Barroco na construção.

 

5 – Igreja do Pópulo

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Mais de 400 anos de história, cujo começo se iniciou em 1596, a Igreja foi erguida por iniciativa do Arcebispo da Cidade D. Frei Agostinho de Jesus. Posteriormente foi reconstruída por Carlos Amarante que manteve inalterado o estilo Barroco, embora com algumas “pinceladas” Neo-clássicas que mais tarde, o notabilizariam.

 

6 – Mosteiro de Tibães

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Uma das obras religiosas mais importantes do país, o Mosteiro de Tibães era no séc. XVI a “Casa-Mãe” da congregação de São Bento em Portugal e no Brasil. Os seus quase 40 hectares – ou 40 campos de futebol –, de jardins tornam o Mosteiro numa obra ainda mais extraordinária. A igreja, a portaria e outras repartições não são, todavia, construções originais. Datam do séc. XVII e é por essa razão, que revelam todas as indicações possíveis do Barroco em Portugal. Durante muitos anos, o mosteiro funcionou como uma escola onde a arte da talha, carpintaria e escultura (entre outras) seriam imortalizadas.

 

7 – Arco da Porta Nova

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O Arco da Porta Nova, a 8ª porta na muralha fernandina, é uma obra de André Soares e é uma das construções que mais marcam a identidade de Braga. A famosa expressão “És de Braga”, que se aplica quando alguém deixa a porta aberta, deve (alegadamente) a sua origem ao Arco. A explicação é simples: Na altura da construção, como já não se verificavam guerras com frequência, o Arco foi erguido sem porta. As duas pilastras viradas para o centro da cidade e a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, são indicativas do estilo Barroco que impera no Arco.

 

8 – Arcada

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A Arcada, tão bem conhecida pelos Bracarenses por ser o centro de Braga, foi mandada construir pelo Arcebisto D. Diogo de Sousa. Na altura da sua construção, servia como local onde eram comercializados os bens que abasteciam a cidade e, por essa razão, a arcada propriamente dita servia de alpendre para acolher animais e mercadorias. A arcada atual, contudo, não é original. A obra que conhecemos hoje foi encomenda de D. Rodrigo de Moura Teles.

 

9 – Museu dos Biscainhos

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O Museu dos Biscainhos, um antigo palácio de uma família da nobreza, conta no seu interior com várias exposições que nos transportam alguns séculos no passado, num exercício com ajuda de quadros, objetos musicais entre outros. O seu jardim de 1 hectare de estilo Barroco é de visita obrigatória. Até porque a entrada é livre.

 

10 – Palácio do Raio

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O Palácio do Raio é uma das obras mais bonitas criadas por André Soares e foi construído entre 1754 e 1755. O estilo Barroco tão presente no palácio pode ser encontrado logo na fachada, com a sua porta e janelas bem trabalhadas. Não obstante, os seus azulejos azuis, tão marcantes na fachada, foram introduzidos posteriormente por intermédio de Miguel José Raio, segundo proprietário do edifício, e a quem o nome do edifício se deve.

 

11 – Casa Rolão

Mais uma das obras que se atribui a André Soares, a casa Rolão é outro dos exemplos do estilo Barroco na cidade de Braga. As portas, janelas e as pilastras do edifício dão-nos essa indicação de forma muito imediata. Datada de 1795, a Casa Rolão foi mandada construir por um industrial de origem Francesa, Carlos Rolão. Atualmente, comporta a biblioteca 100ª página, uma das livrarias mais belas em Braga e onde se encontra uma das melhores e mais secretas, esplanadas da cidade.

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