No passado mês de Fevereiro a nossa cidade foi eleita o segundo melhor destino europeu de 2019 pela European Best Destinations (EBT), uma organização com sede em Bruxelas. Esta votação anual tem como objectivo promover a cultura e o turismo na Europa e foi feita online entre os dias 15 de Janeiro e 5 de Fevereiro. Braga era a única cidade portuguesa entre os vinte destinos europeus em concurso. A nossa cidade acabou por ficar atrás da vencedora Budapeste, a capital da Hungria.
O projecto da Minho Free Walking Tours começou há três anos e podemos dizer que, a partir do Arco da Porta Nova, já apresentamos Braga a milhares de pessoas de quase todas as nacionalidades. Do Tibete a Telavive! E o nosso objectivo é fazê-lo de uma forma informal mas sem descurar o rigor da informação que transmitimos a quem nos visita. “Conhecimento e diversão” – são estes os dois ingredientes que prometemos em todas as visitas.
Ficamos contentes com esta distinção de Braga na EBT. Logicamente abordamos este tema com os turistas e é sempre interessante ouvirmos a opinião de quem vem de fora. Há uma expressão que é usual quando tocamos no assunto. Para muitos turistas, Braga é uma “hidden gem”. Isto é, Braga é uma pérola escondida – dizem os turistas – principalmente quando se referem ao Santuário do Bom Jesus.
Incontornavelmente a imagem do monumental santuário ocupa lugar de destaque nesta distinção de Braga. A imagem da cidade vista desde os seus escadórios é a opção natural desta organização para apresentar a cidade aos internautas. De facto, a paisagem é deslumbrante e o Bom Jesus é marca distintiva da cidade. Naturalmente este monumento pesou decisivamente na excelente votação que Braga teve.
Durante muito tempo o monumento foi o principal motivo de atracção forasteiro. Quem nos visitava com propósitos religiosos ou pura e simplesmente por simples lazer perdia-se pelos inúmeros detalhes dos escadórios desde o pórtico principal até à igreja neoclássica projectada pelo arquitecto Carlos Amarante. Também as grutas, o lago, o funicular e restantes atracções naturais são suficientes para que os viajantes ocupassem grande parte do seu tempo. Muitas vezes o tempo já escasseava e já não haveria disponibilidade para uma deslocação ao centro histórico da cidade. A solução passava por espreitar através de um monóculo colocado, no início do séc. XX, no beiral virado a poente e imediatamente sobranceiro ao ascensor com larga visão sobre o vale por onde se estende a cidade. Após vários anos de restauro, o monóculo original foi novamente colocado ao dispor do público em 2013.
A sua localização privilegiada permite ver os pormenores da cidade como se pelas suas ruas andássemos. Assim nasceu uma expressão popular muito conhecida: “ver Braga por um canudo”. Que passou a significar estar-se muito próximo de algo que se deseja mas não conseguir alcançar.
No caso deste concurso, poderíamos utilizar com propriedade este provérbio. Na medida em que a cidade ficou muito próxima de conquistar o primeiro lugar como melhor destino turístico a nível europeu. Tal não aconteceu, mas quando se concorre com cidades com prestígio internacional como Florença, Genebra ou Atenas e se consegue melhor resultado, podemos considerar uma grande vitória.
Esta classificação turística da cidade traz aos agentes turísticos (e não só…) maiores responsabilidades já que não se pode desapontar quem nos visita muitas vezes influenciado por estes tipos de rankings. Por parte da Minho Free Walking Tours estamos preparados para responder aos exigentes desafios que esta classificação turística acarreta!
Este artigo foi escrito pela Minho Free Walking Tours