
De Manoel da Oliveira
1998 | 130’ | M12 | Portugal
São homens famosos, cobertos de honrarias, mas velhos, muito velhos. E então, para que o filho escape à decrepitude e à decadência, que já não tardam, o pai incita-o a suicidar-se. Quando o pano cai sobre esta nota trágica, estamos nos anos 1930, no Porto, onde uma cocotte está à beira da morte numa mesa de operações, e resume assim a sua vida: ‘Tudo isto não é senão um detalhe’. Há depois um amigo que conta a história de Fisalina, uma camponesa que um dia descobre que tem as pontas dos dedos em ouro. Manoel de Oliveira funde aqui, de forma surpreendente, três obras distintas: a peça de teatro ‘Os Imortais” de Prista Monteiro, e os contos ‘Suzy” de António Patrício e ‘A Mãe de um Rio” de Agustina Bessa-Luís.
Dois filmes, duas conversas e dois dias de workshop, é este ‘O Nosso Oliveira’. Não há como pensar no cinema português sem pensar num dos maiores mestres do cinema europeu. Num ano em que foram publicados diversos livros sobre Manoel de Oliveira e o seu cinema, escolhemos ‘Inquietude’ e ‘O Princípio da Incerteza’, dois momentos brilhantes e intemporais da cinematografia mundial.