Cinema no Pátio continua a explorar linhas temáticas que atravessam diversas correntes e tempos da História do Cinema, apresentando a singularidade da linguagem cinematográfica no contexto das artes. A edição deste ano parte de uma pergunta com incontáveis respostas: o que faz de um clássico um clássico? Da matéria à forma, da técnica ao espírito, vários são os atributos com os quais o tempo e o modo — aos quais se junta o velho princípio cinéfilo ‘ver, rever, ver outra vez’ — ajudam um filme a definir-se como tal, a inscrever-se no nosso imaginário e no imaginário do próprio cinema. Quatro possibilidades se apresentam então: a vertigem das imagens e da montagem numa incontornável sinfonia de cidade com O Homem da Câmara de Filmar (Dziga Vertov, 1929); a força cinematográfica da sonoplastia de O Carteirista (Robert Bresson, 1959), a adaptação como reinvenção (Macbeth por Kurosawa) em O Trono de Sangue (1957) e a representação do incomunicável em A Noite (Michelangelo Antonioni, 1961) – por Eduardo Brito
O general Washizu e o general Miki perdem-se na floresta e encontram uma bruxa, que prevê que Washizu será rei e que será sucedido pelos herdeiros de Miki. É então que Washizu mata o seu senhor, Kuniharu Tsuzuki, e Miki. A bruxa prevê agora que ele estará a salvo enquanto a floresta não se puser em movimento. Mas o filho de Miki ataca o castelo de Washizu, usando as árvores da floresta como camuflagem. O filho de Washizu nasce morto, a sua mulher enlouquece e ele é traído pelos seus homens. Adaptação livre de Macbeth de William Shakespeare, O Trono de Sangue introduz pequenas diferenças em relação à peça (uma só bruxa, ao invés de três) e acrescenta novas cenas (quando a floresta se põe em movimento, os pássaros fogem e invadem o castelo).
Classificação etária m/12