A série de pinturas A Segunda Pele resulta do fascínio pela máscara, símbolo do outro, ou dos inúmeros que habitam cada ser humano. Assim, a máscara pode ser percepcionada num ícone ancestral, num poema, nas camadas de tinta sobrepostas, ou no plexiglass que se sobrepõe a um rosto. A Segunda Pele são as múltiplas máscaras que ocultam e denunciam, obliteram e revelam… No caso do plexiglass, camada exterior que se introduz nalgumas pinturas desta série, só por si funciona como dupla máscara. É como um filtro que, por um lado, distancia o espectador da superfície da tela; por outro, adiciona uma nova imagem e grafismo à pintura. Simultaneamente, o reflexo do plexiglass convoca o observador a interagir com a obra, ao ver a sua imagem projetada para além do rosto que observa, adicionando-lhe uma nova máscara, uma outra pele.