Após as minhas primeiras viagens fora do Afeganistão – no Canadá, nos EUA e na Europa, entre 2007 e 2008 – percebi que a imagem das mulheres afegãs fora dominada pela perspetiva estrangeira. Embora eu respeite e valorize o trabalho dos jornalistas e fotógrafos estrangeiros, acho importante que as pessoas por esse mundo fora possam ver a perspetiva feminina de alguém que viveu e sentiu essa realidade, de modo a obter uma compreensão mais profunda do Afeganistão. Tendo como objetivo apresentar um ponto de vista feminino afegão, documento as mulheres afegãs nas suas vidas quotidianas, onde enfrentam restrições religiosas e costumes tradicionais que as pressionam enormemente. Casamentos infantis forçados, abuso físico e sexual, risco de assassinato e execução pública, e ainda proibição do trabalho e educação, são apenas algumas das lutas que enfrentam diariamente. Nos últimos anos, também concentrei o meu foco nas mulheres afegãs que vivem fora do Afeganistão, e na nova geração de mulheres afegãs, dentro e fora do Afeganistão, que se esforçam por trazer mudança às suas vidas e lutam por um futuro melhor para si e para as suas filhas.
FW