As imagens de Rui Palma traduzem diversas camadas de cruzamentos. Os encontros entre o seu olhar e os corpos que habitam os espaços que percorre. Os corpos, centrais no seu trabalho, elevados a mitos ou figuras sacras. A convergência de espaços liminares — um bar, uma igreja, um quarto — justapostos como templos, santuários, lugares de oração e busca de sentido, onde é capturada a textura que resulta de uma tentativa de tornar legível o Onírico. Estas travessias são manifestadas numa linguagem tão documental quanto surreal, consequência dos encontros espontâneos do seu olhar com a multidimensionalidade da beleza.
André Abreu