Nova Orleães sempre foi uma cidade repleta de extremos. Desde a destruição causada pelo furacão Katrina em 2005 que as pessoas vivem em estado de constante ameaça. A antecipação realista do próximo desastre é omnipresente. Além da temporada de tempestades nos meses de verão, o aumento do nível do mar está a fazer com que a cada hora, pedaços de terra do tamanho de campos de futebol afundem para sempre no Golfo do México, não muito longe de Nova Orleães. O desabamento de um hotel durante a sua construção no coração do centro da cidade, as taxas de homicídio muito altas, ou os inúmeros vídeos nas redes sociais sobre estradas danificadas e acidentes são apenas alguns exemplos de um ambiente aparentemente amaldiçoado, decrépito e, em muitos aspetos, defeituoso.
Victoria Jung, 1991, é uma fotógrafa documental e de retrato alemã. Concluiu dois bacharelatos e atualmente estuda para o seu mestrado em fotografia. Desde 2019 tem fotografado na área do jornalismo para diversas revistas e jornais. Durante dois anos fotografou para a sua coluna semanal de retratos na DIE ZEIT. O seu projecto pessoal foca-se nos fenómenos sociais de subculturas em relação ao seu ambiente local. Assim como a necessidade humana de pertencer a uma comunidade. Interessa-se na política do dia a dia, na luta pelo espaço próprio (livre) e pelas convulsões sistémicas em pequena escala.
