‘MADRE’ interroga a representação branqueada, falocêntrica e colonial da mulher na minha Bolívia natal. O projeto é uma exploração do feminino à medida que se debate com interpretações religiosas e culturais que são dogmáticas e reducionistas, confinando as mulheres à imagem da Virgem Maria ou da pecadora Maria Madalena. Ao combinar o folclore andino e a iconografia católica, o livro destaca as complexidades da identidade boliviana contemporânea e reflete sobre a cultura diversa e multifacetada do país.
A prática artística de Marisol Mendez dramatiza o artifício do meio fotográfico, mostrando as tensões subjacentes aos binários de passado e presente, real e ficção, candido e encenado, natural e mito. O seu trabalho questiona narrativas hegemónicas e confronta-as com a fricção do heterogéneo. A criação de imagens é o canal de Marisol para tornar visivel a tensão entre a verdade e a ficção, uma profunda relação entre o que cria uma fotografia e o (su)real de onde provém. O trabalho de Marisol Mendez tem integrado várias exposições e festivais, tal como Sharjah Biennial 15, Format Festival, Getxophoto, e Athens Photo Festival. As suas imagens têm sido publicadas em todo o mundo, incluindo no Paper Journal, Balam e GUP Magazine. Em 2021 as suas fotografias foram capa do The British Journal of Photography e da FotoFilmic. A prática de Mendez tem sido aclamada e recebido vários prémios tais como o 2023 Sony World Professional Award e o PHmuseum 2021 Photography Grant New Generation Prize. Integrou o Vogue’s Fashion 100 e recebeu a bolsa Photolucida’s Michael Reichmann’s Project.