Janeiro de 2021, numa aldeia do leste da França, Greg (44) está sentado à minha frente na mesa de jantar, já bebeu várias bebidas e está a confessar que há algumas semanas, durante a ceia de Natal, esbofeteou a Amélie (31) “com bastante força”. “Mas eu amo a minha esposa, tu sabes”, acrescentou.
Cléa Rekhou (n. 1988, Paris) é contadora de histórias visuais franco-argelina que vive em Argel, na Argélia. Após terminar a faculdade com um mestrado em Finanças Corporativas, mudou-se para Banguecoque, na Tailândia, onde trabalhou como técnica em Gestão de Produtos entre 2014 e 2019. Foi introduzida à fotografia e começou uma aprendizagem autodidata em 2016, vindo desde então a reavaliar e redefinir continuamente a sua prática. Os seus projectos abordam tópicos relacionados com questões sociais negligenciadas, história mas também questões de identidade que explora através da compreensão da sua herança argelina. Cléa procura criar trabalhos visuais que são declarações e expressões da sua interpretação subjetiva do mundo. Usando diversos meios criativos a par com a fotografia, trabalha evidenciando as pessoas, os seus caminhos e as suas histórias. O seu trabalho foi mostrado na Dali International Photography Exhibition (2019 – Dali, China), no Fotolimo Festival (2021 – Portbou, Espanha), na Mostra Viva Mediterrani (2021 – Valência, Espanha), no Besançon Photo Festival (2021 – Besançon, França) e no Amman Photo Festival (2022 – Amman, Jordânia). Fez também parte de uma projecção de grupo com o Collective 220 do Night of the Year nos Les Rencontres d’Arles (2022 – Arles, França). MAis recentemente o seu trabalho pôde ser visto no Cairo Photo Week Festival (2023 – Cairo, Egipto). É membro do Collective 220, Women Photograph e contribui com L’Obs, Like la revue e Everydayafrica.