É um pouco difícil – e até injusto – olhar para este trio sem ter de imediato os olhos postos no nome de Mary Halvorson. Para o público do gnration, que viu a norte-americana em outubro de 2019, na apresentação do primeiro disco do projeto Code Girl, será ainda uma memória muito presente. Para os adictos do jazz, é notório o talento singular de Halvorson. Guitarrista e compositora, Mary Halvorson é, unanimemente, aclamada pela imprensa e crítica internacional. A DownBeat, a mais conceituada e antiga revista dedicada ao jazz, tece-lhe regulares elogios e, bem recentemente, enalteceu a criatividade e importância dos seus novos registos durante o ano pandémico. Em foco estava o novo disco com o projeto Code Girl e ainda um outro com o trio Thumbscrew, onde presta tributo aos 75 anos de Anthony Braxton, lenda do jazz com quem Harlvorson já colaborou. Mas é sobre um outro disco de Thumbscrew, Never is Enough, editado este ano, de que se trata a sua passagem pelo Julho é de Jazz.
Ladeada por Tomas Fujiwara, na bateria, e Michael Formanek, no contrabaixo e baixo, dois amigos e cúmplices no projeto Code Girl, Thumbscrew surgiu acidentalmente quando Formanek substituíra um outro músico numa banda onde Halvorson e Fujiwara estavam presentes. A magia entre os três foi tão espontânea que se viram obrigados a levar avante a cumplicidade e a química criada. Em sete anos editaram seis álbuns, onde se inclui Never is Enough, fazendo de Thumbscrew uma das formações mais ativas e excitantes na atualidade do jazz. Em todos, como característica própria, quebram barreiras no género e exploram novos territórios, deixando uma marca inigualável no jazz moderno.