Ao longo da última década, os dinamarqueses Efterklang têm sido um refresco na música indie de atmosfera pop e influência post-rock. Atualmente com casa na prestigiada editora britânica 4AD, o grupo reúne três amigos de infância: Mads Brauer, Rasmus Stolberg e Casper Clausen, dono da voz etérea que abrilhanta Efterklang, e que ouvimos também em Liima, projeto paralelo que os três comparsas de banda erguem com o percussionista finlandês Tatu Rönkkö. Líder do grupo, Casper Clausen é uma alma criativa imparável. Nos últimos anos, escolheu Lisboa como casa, mudança que é explicação provável para colaborações com músicos portugueses como a que acontece no novo disco de Rodrigo Leão.
Foi também em Lisboa que originou Better Way, a sua primeira aventura discográfica em nome próprio, com lançamento marcado para 9 de janeiro. “Eu queria que o meu tempo nesta cidade ficasse registado e fazer um álbum parece-me um bom começo”, diz. Mote para a passagem por Braga, onde fará também a sua primeira apresentação em palco, o disco foi misturado e produzido por Peter Kember, o senhor Sonic Boom / Spectrum / EAR, fundador dos Spacemen 3, que também escolheu Portugal como casa e que é cara bem conhecida do público de Braga, onde já esteve por inúmeras vezes em concerto e residência artística. “Admiro-o muito e aprendi muito com ele”, refere Clausen. Por pura coincidência, Clausen traçará no gnration o mesmo percurso que o seu ídolo: integrará uma residência artística, não para construir um disco como o fez Pete Kember, mas para construir o espetáculo que o apresentará.
Para Clausen é certo que estamos perante uma nova era das apresentações ao vivo e que o tempo pandémico que vivemos terá inevitavelmente um impacto na performance. O desafio a que se propõe é de respeito: partir das ferramentas da new media para criar uma performance híbrida, juntando audiência virtual e audiência física, unindo-as por uma sensação de proximidade, intimidade e conexão.