Com um vasto passado no rock e no jazz, Marco Franco é um nome familiar no imaginário pop português, que de forma alguma poderia estar preparado para o descobrir sentado ao piano, longe das peles. Mas é à flor da pele que a composição de Franco, autodidacta nas teclas, se sente, existindo numa tensão minimalista com um universo colorido de notas e de progressões maiores, alegres e cheios de um amor universalizado.
“Mudra”, o primeiro álbum a solo no piano, é uma guinada de um passado profundamente enraizado no indie e no jazz, com passagens em projectos como Mikado Lab, Peste e Sida e colaborações com Dead Combo, Carlos Bica e Memória de Peixe, para um futuro sedimentado num contexto mais erudito, mas que não se dilui em comunicação. Marco Franco faz música para quem ouve com o coração. Em “Arcos”, o sucessor de “Mudra”, voltamos a encontrar Marco Franco ao piano, na continuidade de um percurso que se faz de brilho.