Quando acolheu o chamamento da música aos 14 anos, Gábor Lázár percebeu como iria ser a sua vida. Não hesitou e, sobretudo, não esperou: juntou a falta de dinheiro que um adolescente normalmente tem ao gosto por computadores e começou literalmente a programar o seu futuro. A relação monogâmica com a computação, preterindo instrumentos e formação tradicional, fez com que se fosse perseverando na investigação do som como fenómeno físico, o seu impacto na nossa perceção e, inevitavelmente, na potencialidade de nos manipular. E nada se tornou mais cativante do que trabalhar no contexto da música de dança eletrónica. É nesse espaço blindado que as composições de som e luz de Gábor Lázár atuam sem qualquer réstia de misericórdia: ritmos de geometria desafiadora; batidas rasantes ao techno, footwork e Mark Fell; padrões e texturas de faina sintética; tudo a fazer dançar o nosso corpo e a trepidar a nossa mente. Somos ratinhos em laboratório contentes com as tarefas.