Pano de fundo: a crise financeira de 2008. O que nos levou à crise é o que está em causa neste texto – e no espetáculo. Não são necessários vastos conhecimentos para percebermos que existimos num universo socioeconómico com várias crises e cada uma delas tem origem diversa. E cada uma delas levará, eventualmente, a uma nova crise. Não há certezas; mas identificam-se semelhanças nos comportamentos do universo financeiro em cada crise que se afirma em cada tempo, com maior ou menor relevância, com maior ou menor abrangência. Chegam-nos notícias de reuniões de alto nível repletas de apertos de mão e vénias excessivas, de indivíduos que tomam decisões em nome de pessoas que não conhecem. Das mil e uma peripécias da Tragédia Grega, que é o desenrolar de uma qualquer crise, permitindo a um ou outro jornal manter as impressoras a trabalhar durante mais uns anos. E temos apenas uma certeza: o mundo financeiro é impenetrável, incompreensível e, provavelmente, não é gerido por seres humanos.
Texto: Michael Mackenzie | Tradução: Sara Mendes Vicente | Encenação: Isabel dos Santos | Interpretação: Luís Vicente, Sara Mendes Vicente | Cenografia: Jean-Guy Lecat | Música: Zé Eduardo | Desenho e Operação de Luz: Octávio Oliveira | Designer: Rita Merlin | Produção Executiva: Elisabete Martins